Antigo palácio dos Estaus, edifício sede da Inquisição de Lisboa, destruído pelo terramoto, e novamente erguido, para dar lugar ao Teatro D. Maria II. A inquisição tinha o poder de nomear hereges e de promover o fanatismo e a realização de autos de fé, que tinham palco na praça em frente. Muito judeus foram vítimas da intolerância religiosa dos frades, e de uma população, muitas vezes por eles incitada.

Ponto de encontro e de passagem quase obrigatória para tantos e tantos judeus que aportavam a Lisboa durante a Segunda Guerra Mundial, em busca de notícias, passagens ou negócios, era uma pastelaria aprazível, onde homens e senhoras se sentavam, dentro ou na esplanada, lentamente redesenhando as suas esperanças e retomando um curso de existência interrompido pela guerra. Alguns só de passagem, outros, os que ficaram, ganharam-lhe o gosto  e deram-lhe ainda mais fama. Hoje, a Pastelaria Suiça desapareceu, talvez para um projecto imobiliário, mas a sua memória permanece, como uma imagem doce de uma Lisboa acolhedora, mesmo em tempos de guerra.

1506 afigurou-se como o palco de uma das tragédias mais sangrentas na história. No dia 19 de Abril desse mesmo ano, um cristão-novo é espancado até à morte, junto da igreja de S. Domingos, por uma população cética e fanática. A partir daí , seguiram-se dois dias de matança por parte dos frades dominicanos e de uma população incitada por eles. Homens, mulheres, crianças e idosos foram massacrados, torturados e queimados em fogueiras, perante a população.

Em 2008, no Largo de S. Domingos, foi inaugurado um monumento que relembra aquilo que ali aconteceu em 1506, homenageando as vítimas da intolerância e do fanatismo religioso. Realizado pela arquiteta Graça Bachmann, sob proposta da Comunidade Judaica, apresenta uma estrutura semiesférica, com uma inscrição sobre a Estrela de David, com uma frase do Livro de Jacob.